Por Isabela Serafim
Você sabe as diferenças entre os tipos de açúcar disponíveis no mercado? A gente acredita que ter consciência é o passo mais importante para fazer sua escolha - independente de qual seja ela. Batemos um papo com a nutricionista Luna Azevedo, que explicou cada uma das opções que temos hoje.
Refinado: é obtido a partir da cana-de-açúcar, sendo o mais tradicional entre os açúcares. Entretanto, durante o seu processo de refinamento, são utilizados alguns aditivos químicos, como enxofre, para dar a coloração branca. Além disso, nesse processo, quase todos os seus nutrientes são perdidos, o que faz dele uma má opção, já que é muito calórico, rico em aditivos químicos e pobre em nutrientes.
Açúcar de confeiteiro: é um açúcar ultrafino, muito branco e macio e por isso é utilizado na produção de bolos e tortas. Além do processo de refinação, são empregados aditivos químicos: amido de arroz, milho ou fosfato de cálcio para que ele ganhe uma textura mais leve.
Cristal: mais difícil de ser dissolvido em água, passa por um processo de refinamento mais brando que o açúcar refinado, mas mesmo assim a maioria das propriedades nutricionais são perdidas.
Light: é resultado da combinação do açúcar refinado com adoçantes artificiais. É menos calórico, mas também possui menos sabor, podendo levar à adição de quantidades maiores que o normal.
Mascavo: também proveniente da cana-de-açúcar, não passa pelo processo químico de branqueamento, refinamento e adição de conservantes como o açúcar refinado. Por conta disso, há a conservação dos seus nutrientes, como vitaminas B1, B2, B3, C, cálcio, potássio, fósforo e magnésio.
Demerara: passa por um processo de produção semelhante ao do açúcar mascavo. A diferença é que o demerara é sutilmente refinado, mas não recebe nenhum aditivo químico. Suas propriedades nutricionais são conservadas, sendo também semelhantes às do mascavo.
Orgânico: assim como o açúcar mascavo, não passa pelo refinamento, tendo suas propriedades nutricionais conservadas. O que os diferencia é que a cana-de-açúcar usada na produção do açúcar orgânico é cultivada sem agrotóxicos. Todas as etapas do processo, desde o preparo do solo até a fabricação do produto, são sustentáveis, incluindo sua embalagem.
Açúcar de coco: o açúcar de coco é produzido a partir do líquido das flores da palma do coco e possui sabor semelhante ao açúcar mascavo. Não passa por processo de refinamento e adição de conservantes químicos, possuindo alto valor nutricional, sendo fonte de ferro e potássio, além das vitaminas B1, B2 e B3. Esse açúcar possui baixo índice glicêmico, liberando a energia gradativamente no nosso corpo, sem que precisem ser liberadas altas concentrações de insulina, que é altamente prejudicial ao organismo, pois leva a um maior risco de doenças, como Diabetes Mellitus tipo II.
Luna também indicou os melhores tipos para o consumo. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma baixa ingestão de açúcares livres ao longo de toda a vida. Independente da qualidade e grau de refinamento do açúcar, o seu consumo deve ser o menor possível, visto que diversas evidências científicas associam o consumo de açúcar ao maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como as cardiovasculares, diabetes e obesidade", explica.
"Entretanto, quando necessário, as melhores opções são o açúcar orgânico e o açúcar de coco. Porém, considerando que tanto o açúcar orgânico quanto o açúcar de coco possuem preços mais altos e inacessíveis para algumas pessoas, outras opções são o mascavo e o demerara, que também têm suas propriedades nutricionais preservadas e são livres de aditivos químicos.”